New Fiesta sedã, ruim de loja e bom de rua, abre alas para o hatch

13/05/2011 22:14

CLAUDIO DE SOUZA 
Editor de UOL Carros

<b>New Fiesta esbanja estilo e tem preço interessante, mas vendas são medíocres</b>    Há pouco tempo tratamos o novo Volkswagen Jetta por "Borão" ou "Passatinho", referindo-nos às suas versões com motor 2.0 aspirado e 2.0 turbo e câmbio DSG. A decisão da marca alemã de aposentar o Bora para abrir caminho à nova geração do modelo facilitou a blague. O mesmo raciocínio vale para o Honda City, cuja existência se justifica principalmente por ser um "mini-Civic". Todos estes são carros globais -- assim como é global o Ford New Fiesta, por ora vendido no Brasil apenas na carroceria sedã. Embora muito mais antigo, foi somente na geração lançada em 2009 que esse compacto evoluiu a ponto de merecer o apelido de "mini-Focus", numa referência a seu primo de maior porte e refinamento.


Qualquer dúvida, basta compará-lo ao Fiesta Rocam, baseado na geração anterior do modelo ianque: parecem carros vindos de dois mundos antagônicos. Mais que isso: New Fiesta e Focus dividem o mesmo propulsor, o elogiado Sigma bicombustível de 1,6 litro (há versões do Focus com motor 2.0), fabricado no Brasil.

Enquanto o hatch não chega, o New Fiesta três-volumes patina nas vendas no Brasil. Número extra-oficial oferecido pela Ford aponta entre 9 mil  e 10 mil emplacamentos de setembro de 2010 até o final de abril último. Já segundo a Fenabrave (associação das distribuidoras de veículos), de janeiro a abril deste ano foram emplacadas 11.311 unidades do que a entidade chama genericamente de "Fiesta Sedan". O número é a soma das vendas de Fiesta Rocam sedã e de New Fiesta -- um método de ranqueamento comum na Fenabrave, que junta Corsa Sedan e Classic no mesmo dado, por exemplo.

Nenhum dos números emociona. Nos últimos quatro meses cheios, o Honda City sozinho emplacou 10.932 unidades; o Kia Cerato, movido apenas a gasolina, vendeu 7.493 carros. Num segmento formado por sedãs pequenos e compactos (ainda seguindo a lógica da Fenabrave) o Fiesta ficaria em 6º no Brasil. Isolado, o New Fiesta cairia muitas posições.

Será que o preço não ajuda? Ou será que a energia empresarial da Ford verde-amarela, hoje num distante e incômodo quarto lugar no mercado (na mira de Renault, Hyundai e outras), é insuficiente para marquetar um produto do nível do New Fiesta? Perguntamos isso porque, se brasileiro gosta mesmo é de carro bonito, duvidamos que o problema seja o visual do sedã. Comentários a respeito de estilo e equipamentos acompanham as belas fotos de Murilo Góes, abaixo: